“Quando eles percebem que vamos amá-los pro resto da vida, nós perdemos todo o poder.”
Aí teve aquela cena
Depois de sofrer
Soneto de Fidelidade
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Quando tínhamos cinco anos, nos pediram que disséssemos o que queríamos ser quando crescesse. Nossas respostas foram coisas como astronauta, o presidente, ou no meu caso, uma princesa. Quando estávamos com dez anos, eles perguntaram novamente. Nós respondemos a estrela do rock, cowboy, ou no meu caso, medalhista de ouro. Mas agora que nós crescemos, eles querem uma resposta séria. Bem, que tal ”sei lá” ? Este não é o momento de tomar decisões duras e rápidas, esta é a hora de cometer erros. Pegar o trem errado e ficar preso em algum lugar. Se apaixonar … e muito. Cursar filosofia, porque não há nenhuma maneira de fazer uma carreira com isso. Mude sua mente e mude de novo, porque nada é permanente. Então, cometa muitos erros, como você pode. Dessa forma, algum dia, quando voltarem a perguntar o que queremos ser, não teremos de adivinhar. Nós saberemos.
Intimidade
Intimidade é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio. Não há porque se defender de coisa alguma nem porque se esforçar para o que quer que seja. O coração pode espalhar os seus brinquedos. Cantar a música que cada instante compõe. Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo. Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho. Andar descalço, sem medo de ferir os pés.
Ana Jácomo
Livrar-se de uma lembrança
Livrar-se de uma lembrança é um processo lento, impossível de programar. Ninguém consegue tirar alguém da cabeça na hora que quer, e às vezes a única solução é inverter o jogo: em vez de tentar não pensar na pessoa, esgotar a dor. Permitir-se recordar, chorar, ter saudade. Um dia a ferida cicatriza e você, de tão acostumada com ela, acaba por esquecê-la.”
(Martha Medeiros)